PF descobre fraude em outros dois concursos do órgão
Em um desdobramento de investigação sobre fraudes em concursos públicos, a PF (Polícia Federal) descobriu duas outras irregularidades em provas do próprio órgão: nas seleções para agentes e escrivães de 2001 e 2004.
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A apuração faz parte da Operação Tormenta, de junho, quando a PF prendeu uma quadrilha especializada em fraudar concursos em todo o país. Os gabaritos e respostas eram vendidos por até R$ 270 mil.
À época, descobriu-se fraudes em concursos a própria Polícia Federal, do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da Receita Federal, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da Anac (Agência Brasileira de Aviação Civil).
Segundo o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, responsável pela investigação, a polícia auditou todos os seus mais de 60 concursos realizados desde 2000. Identificou irregularidades em outros dois.
No de 2001, quatro candidatos foram beneficiados. A PF identificou a fraude, a cargo de uma quadrilha do Distrito Federal, mas não conseguiu provar quanto os candidatos pagaram pelo gabarito.
Na seleção de 2004, os três candidatos beneficiados pagaram cerca de R$ 50 mil pelas respostas. Um deles confirmou o pagamento. A fraude nesse concurso foi coordenada pela mesma quadrilha presa em junho.
Além de responder a processo na Justiça por interceptação e estelionato, os sete beneficiados vão enfrentar ainda processo administrativo dentro da própria Polícia Federal. Eles devem ser expulsos da corporação.
Um dos candidatos que pagou para passar no concurso da PF de 2004 já está preso. Segundo o delegado Alves, ele deu suporte à fraude ocorrida no concurso da PF do ano passado.